Eco
Eco
Subir até ao alto
Da minha cerejeira preferida
Para colher teus brincos
De carmim
E descer teus socalcos
Verde a verde até ao fundo
Fazer crescer teu fruto
Qual fermento
Entrar em ti corpo inteiro
Cavalo sedento
Até ao espasmo branco
Do granito
Sentir a terra toda
Em minhas mãos
Toda a luz do mundo
Em teu olhar
Voltar a percorrer-te
Palmo a palmo
Fazer e desfazer
O teu sorriso
Teus lábios
Língua ardente
Mãos perdidas
Invadir e repartir
O espanto e o grito
Até que o eco
Em mim rebente