Na Doca
Na doca
Há muitos anos atrás
Houve um rapaz que te viu
Sair da água vestida
Na doca dos Olivais
Teus olhos orientais
Olharam-me com ternura
De barco que não navego
Com pena minha não nego
Vejo o desejo a florir
Sob a blusa molhada
Querendo cobrir descobrindo
O teu peito descoberto
Numa postura festiva
Qual eclusa se abrindo
Ao meu olhar liquefeito
Ficaste por ali perto
Parecias estar despida
Iluminaste a minha vida
Como o rio que te despiu
Hoje volto à beira Tejo
E ao olhar esta gente
Busco o busto e o que vejo
É a Estação do Oriente
Que bom poder guardar memórias assim poeticamente…