Na Doca

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Na doca

Há muitos anos atrás

Houve um rapaz que te viu

Sair da água vestida

Na doca dos Olivais

Teus olhos orientais

Olharam-me com ternura

De barco que não navego

Com pena minha não nego

Vejo o desejo a florir

Sob a blusa molhada

Querendo cobrir descobrindo

O teu peito descoberto

Numa postura festiva

Qual eclusa se abrindo

Ao meu olhar liquefeito

Ficaste por ali perto

Parecias estar despida

Iluminaste a minha vida

Como o rio que te despiu

Hoje volto à beira Tejo

E ao olhar esta gente

Busco o busto e o que vejo

É a Estação do Oriente

 

One Response to “Na Doca

  • Belruta
    8 anos ago

    Que bom poder guardar memórias assim poeticamente…